RESPM_MAR_ABR_2015 ALTA
entrevista | Daniel Kahneman Revista da ESPM |março/abril de 2015 54 pois, exatamente como elas foram tomadas. Um dos principais pontos que todos nesse campo querem en- fatizar é que existe uma grande di- ferença entre boas decisões e bons resultados, e você quer ser capaz de avaliar a decisão independentemen- te do resultado. Alexandre — Pode explicar melhor esta ideia? Kahneman — De forma geral, uma firma não faz uma tentativa sis- temática de manter registros e de aprender com as experiências. En- tão, na prática, duas coisas aconte- cem: por um lado, ela não aprende o suficiente com as experiências, mas, por outro lado, aprende de- mais com certas experiências em particular. Você pode ficar muito impressionado com um erro que cometeu e tentar, com afinco, evi- tar aquele erro específico. Como resultado, pode cometer outros er- ros. É algo que acontece com muita frequência. Alexandre — Existe algum bom exercício para tentar evitar esse tipo de viés? Kahneman — Isso é interessante. Se uma decisão é i n f luenciada mu ito for temente por um er ro específico que foi comet ido no passado, por um desastre em es- pecia l, então seria cer tamente útil tentar considerar categorias de casos similares. Talvez não na história da firma em si, mas para que você possa ter o que eu chamei latinstock SegundoKahneman, a incerteza piora tudo. Torna todas as decisões piores. Exacerba a aversão a perdas e faz com que sejamais difícil para as pessoas calcularemas probabilidades e os riscos que estão correndo
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