RESPM-MAI_JUN-2015-alta

maio/junhode 2015| RevistadaESPM 107 mos sem ela. Nas áreas onde o boca a boca se torna mais influente, você pode analisar em quem as pessoas mais confiam. São os conselhos da família que contam mais? Ou o dos seus pares na escola? Eu não vejo por que isso seria necessariamente tão diferente em termos das mídias sociais. Se eramos seus parentes que o influenciavam mais fora da mídia social, não temos evidências de que não seria mais esse o caso também na mídia social. Isso quer dizer que, se o seu primo diz que algo é útil e in- teressante, essa opinião terá seu im- pacto. Então, a mídia social se torna apenas outro lugar onde esse tipo de rede de influência semanifesta. Uma nova área de influência vai surgir quando empresas tentarem impac- tar indivíduos diretamente através do targeted advertising . Revista da ESPM — Já estão tentando... Miller — Como acabei de dizer, isso é possivelmente bem problemático para certas populações. Revista da ESPM — O senhor falou da experiência inglesa. Há rejeição em outros países também? Miller — Eu não sei. Isso não é algo que tentamos conceituar nesse tra- balho. Eu não sei o que os outros membros do meu time diriam sobre lugares como o Brasil ou Chile. Revista da ESPM — O senhor não pensa que o tipo de formador de opinião “autorizado” que detinha o poder de influenciar as sociedades na política, na economia e no consumo está perdendo a sua importância para as mídias sociais, já que con- fiamos mais em nossos amigos e em nossas famílias? Miller — Isso talvez seja parte de uma transformação maior. Eu não, necessariamente, concordo que a mídia social é a causa do que você acaba de descrever. O que eu sugeri antes é que a mídia social reflete o que está acontecendo off-line. Em outras palavras, pessoas que nos in- fluenciam off-line são basicamente as mesmas que nos influenciam on- -line. O fato de que nos afastamos de líderes, celebridades etc. é parte de um possível movimento diferente. Já houve um tempo em que, no consu- mo de roupas, as pessoas tendiam a olhar para a moda do ano e a seguir mais as tendências. A moda era uma parte maior da vida das pessoas. Eu penso que isso estava em declínio muito antes do desenvolvimento da mídia social. Há 50 anos, o mundo todo queria uma saia de certo com- primento e sabia a cor exata para o próximo ano. Tal dominância de certos estilos a cada ano estava em declínio em mobiliário, vestuário e muitas outras áreas. Revista da ESPM — Em certas partes do mundo, a mídia social tem enorme influência na política... Miller — Temos muitos de nossos projetos em lugares onde questões políticas são importantes. Por exem- plo, na Turquia, o estudo foi feito em uma cidade bem ao lado da fronteira síria, onde a população é de árabes, turcos e curdos. Então há muitas questões políticas. Há também ques- NaChina,aspessoascombinamvaloresfamiliaresecomerciais,semvê-loscomo muitodiferentesunsdosoutros.Elasficamfelizesemusarasredessociaisparaisso shutterstock

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