RESPM-JUL_AGO-2015-alta
julho/agostode 2015| RevistadaESPM 19 Nossos lugares: deondeviemose paraondevamos? Emcada rincãodesteBrasilzão, bastaumsimples olhar para vislumbrar os primeiros sinais da deterioraçãoque virá emumfuturopróximo. Estamos emuma encruzilhada. Anaçãoprecisa resolver se teminteresse emqualificar e valorizar bens tãopreciosos comoos lugares ondehoje habitamoseondeaspróximasgerações irãohabitar Por Lincoln JorgeMarques O escrito adequado para ocupar estas páginas seriaumtextoacadêmico, repletodecitaçõese embasadonas diversas teorias que permeiam o pensamento dos profissionais e estudiosos do urbanismo. Mas o acaso quis que esse tema tão sério e complexo fosse aqui tratado de uma forma quase coloquial. Nãoquisescrever comoumprofissional dosetor, esimcomo ummero observador do cotidiano. Então, em vez de espa- ços rurais, espaços urbanos e demais expressões do setor, vamos falar dos lugares. Dos lugares ondemoramos, traba- lhamos, estudamos, para onde viajamos, e por aí vamos. Aodiscorrer sobre lugares dessas paragens denominadas de Brasil, gostaria de escrever um texto ufanista, afinal são nesses lugares que passamos grande parte de nossas vidas. Lamentavelmente, neste início demilênio, isso não é possí- vel. Alémdisso, aindasobraasensaçãodeque, apósdécadas, anossageraçãoestádeixandocomolegadoumpaísmuitopior doquerecebeu.Éfatoqueobraspontuaisnosenchemdeorgu- lho—umparque aqui, umprédioacolá, pontes vistosas, con- domíniosdepadrãosuperior, elegantes avenidas, shoppings etc.—masestessãomerosdetalhesnanossacaóticapaisagem. O caos se apresenta na quase totalidade das ditas ter- ras “beneficiadas” pelos habitantes do nosso país. Um conjunto de fatores — ausência ou ineficácia das políticas shutterstock
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