Revista da ESPM

janeiro/fevereirode2015| RevistadaESPM 83 Hugo — O sinal amarelo sempre acen- de para os mais talentosos. O mais talentoso acaba se destacando rápido e comumamargemde distância gran- de em relação ao segundo batalhão. Mas isso também cria o risco de um ou outro perder uma posição para esse segundo batalhão, que, por não ter a mesma capacidade, acaba se adaptan- do mais facilmente a essa mistura de mundos e de gerações em que esta- mos vivendo. Alexandre — Qual é o papel do PR (pu- blic relations ou assessoria de imprensa) no omni-channel? Hugo — Esta é uma ferramenta pode- rosíssima na integração dos canais. Os veículos se multiplicaram ao ex- tremo. Hoje, você tem veículos só no mobile, só no computador, só na TV, e tem também veículos que atuam em todas as plataformas. O que eles mais precisamédepautas interessantes, as- suntos relevantes ou que entretenham o público. Neste sentido, os PRs ali- mentam isso pormeio demovimentos pelos bastidores, nos quais, às vezes, também há propaganda incluída. Por exemplo: há alguns anos, foi criado um anúncio de jornal, para a sessão de classificados, dizendo assim: “O melhor emprego do mundo: venha ser o zelador de uma ilha paradisíaca na Austrália”. A ideia brilhante ganhou o mundo. Ganhou todas as platafor- mas. Das redes sociais a pôsteres em outdoors e manchetes domundo todo. Quandovocê consegue, comumanún- cio, entrar numjornal [comonotícia], é opoder doPR, comuma ideia por trás. Alexandre — Nova tendência de marketing para 2015? Hugo — De algum modo, preci- samos mostrar que a situação no Brasil não é tão grave quanto estão desenhando. Se todo mundo come- çar o ano para baixo, não há propa- ganda nem inovação capaz de dar esperança para as pessoas. Se algu- ma marca comprar um discurso de movimento a favor de algo melhor, mais transparente, justo e verossí- mil, estará seguindo por um bom caminho. Porque não queremos ser enganados, nem abastecidos de problemas. Para cada problema, ofereça três soluções. Cada vez mais o consumidor vai comprar esse lado das marcas. Por quantos anos a Natura investiu no papo de susten- tabilidade? Ela colhe isso até hoje, porque é séria nesse negócio. Alexandre — Um posicionamento de marca mais otimista, meio contra a cor- rente geral, seria bem-vindo? Hugo — Um posicionamento realis- ta, em cima de soluções práticas e verdadeiras — pró-saída. Tem gente que acredita que, se não faz parte da solução, pode ganhar um bom dinheiro postergando a resolução do problema. Está na hora de entender- mos que o problema é nosso. E que a solução também temde vir de nós! ”Omelhor emprego domundo: venha ser o zelador de uma ilha paradisíaca naAustrália.”Veiculado emum jornal, o anúncio ganhou todas as plataformas: das redes sociais a pôsteres emoutdoors, alémdemanchetes domundo todo. Este é o poder doPR, que temuma boa ideia por trás

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