Revista da ESPM
janeiro/fevereirode2015| RevistadaESPM 79 Éprecisosentir adordedono Por Alexandre Teixeira Foto: Divulgação H ugo Rodrigues, presidente das agências Publicis e Salles Chemistri, já deu duro na vida. Antes de virar publicitário, vendeu sacos de lixo, produtos de limpeza e trabalhou numa gráfica. Foi inspirado por uma entrevista de Washington Olivetto, ícone da criatividade e da boa vida nos meios publicitários dos anos 1980, que decidiu tentar a sorte na propaganda. De início, sem sucesso. Hugo bateu na porta das principais agências brasileiras e ouviu incontáveis “nãos” nas primeiras abordagens. Diz a lenda que ele deixou crescer a cabeleira, que se tornou sua marca registrada, para não ser reconhecido quando vol- tava para uma segunda entrevista. “No mercado, sou mais Zeca Pagodinho que Seu Jorge”, costuma dizer. O estilo po- pular não o impediu de se tornar o primeiro criativo na história da Publicis na Amé- rica Latina a assumir a administração das agências do grupo. Primeiro, como COO (Chief Operating Officer) e CCO (Chief Creative Officer). E, desde o último dia 12 de novembro, como presidente. Nos seus dois anos e meio como VP de criação da Pu- blicis Brasil, a agência subiu 19 posições no ranking nacional. Suas campanhas para a Chevrolet ajudaram a GM a assumir (e a manter) a liderança em vendas em São Paulo, o maior mercado da América Latina. Entre os muitos troféus em sua coleção, há um Leão na categoria Automóveis, a mais disputada de Cannes, e um novíssimo Caboré de criativo do ano em 2014. Nesta entrevista, Hugo chama a atenção para os limites impostos ao omni-channel pela tecnologia precária que prevalece no Brasil. Para ele, o desafio do profissional de comunicação é “entrar no problema do cliente” para, junto com ele, criar uma estratégia que abranja os canais realmente eficientes. “O canivete suíço é maravilhoso, mas você precisa de umcanivete suíço?”, questiona. “Ou só precisa de umabridor de garrafas?”
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